sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Hematologia


Hematologia é o ramo da medicina que tem como função o estudo da fisiologia do sangue, bem como seus distúrbios e suas doenças. 

As células sanguíneas são os glóbulos vermelhos (ou hemácias, ou eritrócitos), as plaquetas e os glóbulos brancos (ou leucócitos) que se dividem em neutrófilos, eosinófilos, basófilos, linfócitos e monócitos:

Essas células (leucócitos) são nucleadas, produzidas na medula óssea e encontradas no sangue. Elas tem formato esférico, com tamanho e volume superior as hemácias. Sua função é proteger o organismo, de maneira imunitária, contra agentes patológicos causadores de doenças, utilizando para isso a produção de anticorpos. 

A morfologia das hemácias varia de acordo com a espécie. Podem ser anucleadas (em mamíferos) ou nucleadas (outros vertebrados). A diferenciação dessas células nas diferentes espécies incluem grau de palidez central, tamanho, tendência em formar rouleaux e forma. 

Hemácias de Aves

Hemácias de Caninos
Hemácias de Caprinos
Hemácias de Equinos
Hemácias de Felinos


Além do exame de sangue temos outro método que nos fornece pistas importantes sobre doenças, principalmente sobre problemas nos rins e nas vias urinárias. A presença de sangue, piócitos (pus), proteínas, glicose e diversas outras substâncias na urina costuma ser uma pista importante para doenças que podem ainda não estar apresentando sinais ou sintomas muito claros. 



EAS (Elementos Anormais do Sedimento) ou Urina Tipo I, é um dos exames mais utilizados para avaliar as principais funções metabólicas do organismo, doenças renais, infecções urinárias, doenças sistêmicas e grau de hidratação, através da urina. 
Apesar de simples, diferentes técnicas encontram-se envolvidas na sua realização, em 3 etapas distintas:
  • análise física,
  • análise química,
  • análise microscópica do sedimento.

Na análise física temos que levar em consideração o aspecto, o normal é límpido (exceto em equinos e coelhos), onde muco e cristais de carbonato de cálcio dão a ela uma aparência espessa e turva. A cor, a cor habitual da urina é amarelo, o que se deve, em sua maior parte, ao pigmento urocromo. A densidadeajuda a avaliar a função de filtração e concentração renais, bem como o estado de hidratação do corpo. Depende diretamente da proporção de solutos urinários presentes (cloreto, creatinina, glicose, fosfatos, proteínas, sódio, sulfatos, uréia, ácido úrico) e o volume de água.
Na análise química é observado a presença de bilirrubina, urobilinogênio, acetona, glicose entre outros.
Por fim temos a análise microscópica do sedimento, onde é comum o achado de algumas células escamosas, hemácias, leucócitos e cristais. A detecção da cristalúria não indica necessariamente a presença de urólitos ou sua composição exata, muito menos uma predisposição do animal para formação dos mesmos. A cristalúria ocorre quando a urina está saturada de substâncias cristalogênicas. 
Hoje, os métodos automatizados permitem uma avaliação padronizada dos elementos presentes na amostra examinada, por meio de leitores ópticos de tiras reagentes.













quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Parasitas Gastrointestinais dos Felinos




 — Os vermes intestinais são parasitas que, quando adultos, instalam-se no aparelho digestivo e trazem riscos para a saúde
Os gatos podem constantemente se infectar por vermes intestinais por diversas maneiras:
◦ingestão de ovos e larvas presentes no ambiente;
◦penetração de larvas presentes no ambiente através da pele do animal;
◦ingestão de vetores (pulgas e piolhos);
◦ingestão de hospedeiros paratênicos (roedores);
◦transmissão da mãe para os filhotes através da amamentação.

Toxocara cati
—Classe Nematoda
—Superfamília Ascaridoidea
—Localização: Intestino delgado
—Distribuição: mundial
—Hospedeiro: Gato
—Patogenia:
◦Retardo no crescimento
◦Aumento de volume abdominal, diarréia, pelagem
opaca
◦Possível responsável pela larva migrans visceral
—Diagnóstico:
◦Adulto é grande , redondo e esbranquiçado
◦Ovos com casca espessa com escavações e quase incolor
◦Método de flutuação fecal

Toxocara Leonina
—Classe Nematoda
—Superfamília Ascaridoidea
—Localização: Intestino delgado
—Distribuição: mundial
—Hospedeiro: Cão e Gato
—Patogenia:
◦Retardo no crescimento
◦Aumento de volume abdominal, diarréia, pelagem
opaca
—Diagnóstico:
◦Adulto é grande , redondo e esbranquiçado. Diferenciação pelas asas cervicais
◦Ovos com casca espessa lisa e são levemente ovais
◦Método de flutuação fecal

Ancylostoma sp. e Uncinaria sp.
Classe Nematoda
—Superfamília Strongyloidea
—Localização: Intestino delgado
—Distribuição: Trópicos e regiões
temperadas
—Hospedeiro: Gato e cão
—Patogenia:
◦Dermatites interdigitais
◦Lesões pulmonares
◦Hipoalbuminemia e anemia
◦Pelagem opaca

—Diagnóstico:

◦Ovos com casca delgada e lisa

◦Método de flutuação fecal


Taenia taeniformes
—Classe Cestoda
—Família Taeniidae
—Localização: Intestino delgado
—Tamanho: 60 cm
—Hospedeiro: Gato
—HI : camundongos
—Larva:Cysticercus asciolaris(fígado)
—Sinais clínicos: Diarréia e obstrução intestinal
- Diagnóstico:
* Detecção de proglotes nas fezes ou em pêlos da região perianal.
* Detecção de ovos de tenídeos individuais por exame de flutuação fecal

Dipylidium caninum
—Classe Cestoda
—Família Dilepididae
—Localização: Intestino delgado
—Hospedeiros: Gato e cão
—HI : Pulga ( Ctenocephalides canis, C. felis e pulex irritans) e Piolhos
(Trichodectes canis)
—Distribuição Mundial
—Tamanho: Cestóide -adulto pode ter mais de 50 cm
—Diagnóstico:
◦Difícil o encontro da cápsula ovígera em exames de fezes
◦Proglotes encontradas em fezes frescas (móveis)
◦Presença de pulgas ou piolhos ( casos suspeitos)
—Sinais Clínicos:
◦Assintomático
◦prurido peri-anal




terça-feira, 25 de agosto de 2015

Textos Básicos

O hemograma é uma das análises de sangue mais úteis e mais solicitadas na prática médica. Apesar de extremamente comum, esse é um exame que ainda causa muita confusão na população e até nos meios de comunicação. Algumas pessoas acham que todo exame de sangue é um hemograma, como se ambos os termos fossem sinônimos. Isto é um equívoco.
Neste texto vamos explicar que tipos de informações o exame de hemograma pode nos trazer.

HEMOGRAMA
No nosso sangue circulam três tipos básicos de células, todas produzidas na medula óssea. São estas células que estudamos através do hemograma:
– Hemácias (glóbulos vermelhos).
– Leucócitos (glóbulos brancos).

– Plaquetas.

  • ERITROGRAMA
Eritrócitos normais

O eritrograma é a primeira parte do hemograma. É o estudo dos glóbulos vermelhos, ou seja, das hemácias, também chamadas de eritrócitos. Os três primeiros dados, contagem de hemácias, hemoglobina e hematócrito, são analisados em conjunto. Quando estão reduzidos, indicam anemia, isto é, baixo número de glóbulos vermelhos no sangue. Quando estão elevados indicam policitemia, que é o excesso de hemácias circulantes.

hematócrito é o percentual do sangue que é ocupado pelas hemácias. Um hematócrito de 45% significa que 45% do sangue é compostos por hemácias. Os outros 55% são basicamente água e todas as outras substâncias diluídas. Pode-se notar, portanto, que praticamente metade do sangue é, na verdade, composto por células vermelhas.
Se por um lado a falta de hemácias prejudica o transporte de oxigênio, por outro, células vermelhas em excesso deixam o sangue muito espesso, atrapalhando seu fluxo e favorecendo a formação de coágulos.
A hemoglobina é uma molécula que fica dentro da hemácia. É a responsável pelo transporte de oxigênio. Na prática, a dosagem de hemoglobina acaba sendo a mais precisa na avaliação de uma anemia.
O volume globular médio (VGM) ou volume corpuscular médio (VCM), mede o tamanho das hemácias. Um VCM elevado indica hemácias macrocíticas, ou seja, hemácias grandes. VCM reduzidos indicam hemácias microcíticas, isto é, de tamanho diminuído.
Esse dado ajuda a diferenciar os vários tipos de anemia. Por exemplo, anemias por carência de ácido fólico cursam com hemácias grandes, enquanto que anemias por falta de ferro se apresentam com hemácias pequenas. Existem também as anemias com hemácias de tamanho normal.
O CHCM (concentração de hemoglobina corpuscular média) ou CHGM (concentração de hemoglobina globular média) avalia a concentração de hemoglobina dentro da hemácia.
O HCM (hemoglobina corpuscular média) ou HGM (hemoglobina globular média) é o peso da hemoglobina dentro das hemácias.
Os dois valores indicam basicamente a mesma coisa, a quantidade de hemoglobina nas hemácias. Quando as hemácias têm poucas hemoglobinas, elas são ditas hipocrômicas. Quando têm muitas, são hipercrômicas.
Assim como o VCM , o HCM e o CHCM também são usados para diferenciar os vários tipos de anemia.
O RDW é um índice que avalia a diferença de tamanho entre as hemácias. Quando este está elevado significa que existem muitas hemácias de tamanhos diferentes circulando. Isso pode indicar hemácias com problemas na sua morfologia. É muito comum RDW elevado, por exemplo, na carência de ferro, onde a falta deste elemento impede a formação da hemoglobina normal, levando à formação de uma hemácia de tamanho reduzido.
  • LEUCOGRAMA

O leucograma é a parte do hemograma que avalia os leucócitos. Estes são também conhecidos como série branca ou glóbulos brancos. São as células de defesa responsáveis por combater agentes invasores.
Os leucócitos são, na verdade, um grupo de diferentes células, com diferentes funções no sistema imune. Alguns leucócitos atacam diretamente o invasor, outros produzem anticorpos, outros apenas fazem a identificação, e assim por diante.
O valor normal dos leucócitos varia entre 4000 a 11000 células por microlitro (ou milímetros cúbicos)
Existem cinco tipos de leucócitos, cada um com suas particularidades, a saber:
1) Neutrófilos
O neutrófilo é o tipo de leucócito mais comum. Representa, em média, de 45% a 75% dos leucócitos circulantes. Os neutrófilos são especializados no combate a bactérias. Quando há uma infecção bacteriana, a medula óssea aumenta a sua produção, fazendo com que sua concentração sanguínea se eleve. Portanto, quando temos um aumento do número de leucócitos totais, causado basicamente pela elevação dos neutrófilos, estamos provavelmente diante de um quadro infeccioso bacteriano.
Os neutrófilos têm um tempo de vida de aproximadamente 24-48 horas. Por isso, assim que o processo infeccioso é controlado, a medula reduz a produção de novas células e seu níveis sanguíneos retornam rapidamente aos valores basais.


Neutrofilia = é o termo usado quando há um aumento do número de neutrófilos.


Neutropenia = é o termo usado quando há uma redução do número de neutrófilos.
2) Segmentados e bastões
Os  bastões são os neutrófilos jovens. Quando estamos infectados, a medula óssea aumenta rapidamente a produção de leucócitos e acaba por lançar na corrente sanguínea neutrófilos jovens recém-produzidos. A infecção deve ser controlada rapidamente, por isso, não há tempo para esperar que essas células fiquem maduras antes de lançá-las ao combate. Em uma guerra o exército não manda só os seus soldados mais experientes, ele manda aqueles que estão disponíveis.
Normalmente, apenas 4% a 5% dos neutrófilos circulantes são bastões. A presença de um percentual maior de células jovens é uma dica de que possa haver um processo infeccioso em curso.
No meio médico, quando o hemograma apresenta muitos bastões chamamos este achado de “desvio à esquerda”. Esta denominação deriva do fato dos laboratórios fazerem a listagem dos diferentes tipos de leucócitos colocando seus valores um ao lado do outro. Como os bastões costumam estar à esquerda na lista, quando há um aumento do seu número diz-se que há um desvio para a esquerda no hemograma. Portanto, se você ouvir o termo desvio à esquerda, significa apenas que há um aumento da produção de neutrófilos jovens.
Os neutrófilos segmentados são os neutrófilos maduros. Quando o paciente não está doente ou já está em fase final de doença, praticamente todos os neutrófilos são segmentados, ou seja, células maduras.
3) Linfócitos
Os linfócitos são o segundo tipo mais comum de glóbulos brancos. Representam de 15 a 45% dos leucócitos no sangue.
Os linfócitos são as principais linhas de defesa contra infecções por vírus e contra o surgimento de tumores. São eles também os responsáveis pela produção dos anticorpos.
Quando temos um processo viral em curso, é comum que o número de linfócitos aumente, às vezes, ultrapassando o número de neutrófilos e tornando-se o tipo de leucócito mais presente na circulação.
Os linfócitos são as células que fazem o reconhecimento de organismos estranhos, iniciando o processo de ativação do sistema imune. Os linfócitos são, por exemplo, as células que iniciam o processo de rejeição nos transplantes de órgãos.
Os linfócitos também são as células atacadas pelo vírus HIV. Este é um dos motivos da AIDS (SIDA) causar imunossupressão e levar a quadros de infecções oportunistas.


Linfocitose = é o termo usado quando há um aumento do número de linfócitos.


Linfopenia = é o termo usado quando há redução do número de linfócitos.
Obs: linfócitos atípicos são um grupo de linfócitos com morfologia diferente, que podem ser encontrados no sangue. Geralmente surgem nos quadros de infecções por vírus, como mononucleose, gripe, dengue, catapora, etc. Além das infecções, algumas drogas e doenças auto-imunes, como lúpus, artrite reumatoide e síndrome de Guillain-Barré, também podem estimular o aparecimento de linfócitos atípicos. Atenção, linfócitos atípicos não têm nada a ver com câncer.
4) Monócitos
Os monócitos normalmente representam de 3 a 10% dos leucócitos circulantes. São ativados tanto em processos virais quanto bacterianos. Quando um tecido está sendo invadido por algum germe, o sistema imune encaminha os monócitos para o local infectado. Este se ativa, transformando-se em macrófago, uma célula capaz de “comer” micro-organismos invasores.
Os monócitos tipicamente se elevam nos casos de infecções, principalmente naquelas mais crônicas, como a tuberculose.
5) Eosinófilos
Os eosinófilos são os leucócitos responsáveis pelo combate de parasitas e pelo mecanismo da alergia. Apenas 1 a 5% dos leucócitos circulantes são eosinófilos.
O aumento de eosinófilos ocorre em pessoas alérgicas, asmáticas ou em casos de infecção intestinal por parasitas.


Eosinofilia =  é o termo usado quando há aumento do número de eosinófilos


Eosinopenia = é o termo usado quando há redução do número de eosinófilos
6) Basófilos
Os basófilos são o tipo menos comum de leucócitos no sangue. Representam de 0 a 2% dos glóbulos brancos. Sua elevação normalmente ocorre em processos alérgicos e estados de inflamação crônica.
Leucócitos normais

  • PLAQUETAS

As plaquetas são fragmentos de células responsáveis pelo início do processo de coagulação. Quando um tecido de qualquer vaso sanguíneo é lesado, o organismo rapidamente encaminha as plaquetas ao local da lesão. As plaquetas se agrupam e formam um trombo, uma espécie de rolha ou tampão, que imediatamente estanca o sangramento. Graças à ação das plaquetas, o organismo tem tempo de reparar os tecido lesados sem que haja muita perda de sangue.
Plaquetas normais
O valor normal das plaquetas varia entre 150.000 a 450.000 por microlitro (uL). Porém, até valores próximos de 50.000, o organismo não apresenta dificuldades em iniciar a coagulação.
Quando os valores se encontram abaixo das 10.000 plaquetas/uL há risco de morte, uma vez que pode haver sangramentos espontâneos.
Trombocitopenia é como chamamos a redução da concentração de plaquetas no sangue. Trombocitose é o aumento.
A dosagem de plaquetas é importante antes de cirurgias e para avaliar quadros de sangramentos sem causa definida.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Patologia Clínica

Patologia clínica ou medicina laboratorial é uma especialidade médica que tem por objetivo auxiliar os médicos de diversas especialidades no diagnóstico e acompanhamento clínico de estados de saúde e doença, através da análise de sangue, urina, fezes e outros fluidos orgânicos (como líquor, líquido sinovial, líquido ascítico, fluido seminal, etc). A patologia clínica apresenta as subespecialidades: Química clínica que ocupa-se em analisar os componentes químicos do sangue, urina e fluidos orgânicos. Hematologia que analisa os componentes celulares do sangue, e eventualmente de outros fluidos orgânicos. Imunohematologia que avalia as reações imunes dentro do sangue, especializando-se na análise dos antígenos eritrocitários e suas interações com os respectivos anticorpos. Reveste-se de importância particular na Hemoterapia ou medicina transfusional. Microbiologia que estuda a flora microbiológica humana normal e patológica, detectando a presença de vírus, bactérias e fungos em amostras de procedência humana. 
Este estudo pode se estender também à análise dos microorganismos presentes nos ambientes ocupados pelo ser humano e objetos por ele utilizados. 
Parasitologia é a subespecialidade da Patologia Clínica que analisa as características dos parasitas externos (ectoparasitas) e internos (endoparasitas) do homem. Inclui o estudo dos protozoários parasitas sistêmicos --- como os plasmódios (causadores da malária), através de métodos de detecção direta e indireta, o estudo dos artrópodes parasitas e a coprologia ou estudo macroscópico, microscópico e químico das fezes com o objetivo de se determinar o diagnóstico e prognóstico de doenças e parasitoses do sistema gastrointestinal. As modernas exigências de qualidade dos resultados em análises clínicas fizeram surgir o que hoje já é por alguns considerada uma nova subespecialidade, a garantia de qualidade. Esta opera sobre todas as demais, visando a manter a excelência das análises, incluindo a sua precisão e exatidão, e o melhoramento continuado em todos os seus aspectos. Usa como instrumentos principais a estatística e a criação e análise de indicadores de qualidade.