segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Caso Clínico

No dia 24.10.2015 chegou ao Hospital Veterinário de Pequenos Animais das Faculdades INTA um felino sem raça definida que atendia pelo nome de Gabi. O animal tinha aproximadamente 3 meses de idade, pesava 400 gramas e possuía a pelagem escura. Tal paciente foi encontrado na rua e consequentemente não foram obtidas maiores informações. 
No decorrer da consulta realizada pelo Médico Veterinário Dr. Anderson de Paiva, identificou intenso sangramento na região dorsal do pescoço e na região escapular do paciente, foi observado aumento dos linfonodos submandibulares, pré escapulares e poplíteos. A temperatura estava em 36,6° C, as mucosas oral e ocular estavam ictéricas, o paciente possuía um TPC de um pouco mais de 3 segundos e estava incapaz de locomover-se. Foi solicitado pelo médico veterinário exames complementares para poder chegar à um diagnóstico.
Pelo estado em que se encontrava o paciente foi necessário o internamento imediato para que pudesse ser feito procedimento de suporte até que os exames fossem concluídos e assim fosse feito o diagnóstico do paciente.
Foi coletado amostra de sangue com EDTA para realização do hemograma, em seguida foi realizada a tricotomia e antissepsia do local lesionado e foi administrada uma medicação de suporte ao paciente.


Hemograma

Ao observar a avaliação do plasma foi possível identificar o plasma moderadamente ictérico e uma redução discreta das proteínas plasmáticas.
Ao se ler o eritrograma foi observada uma intensa anemia. O animal apresentava-se com 9% de volume globular e possuía os índices hematiméticos dentro das referências da espécie. O que se classificava a anemia normocítica normocrômica. Quanto a responsividade da medula foi possível observar que havia uma anisocitose discreta, o que é indicativo de uma tentativa de resposta medular.
Em relação ao leucograma foi visto uma leucocitose. Quando partimos para o diferencial observamos que a leucocitose se dá por neutrolifia, eosinifilia e monocitose. Foi possível observar um desvio nuclear neutrofilico para a esquerda regenerativo, pois o número de bastonete esta aumentado, porém não mais do que o número de segmentados. Quando se observou as características da lâmina encontrou-se a presença de monócitos ativos.
Na avaliação das plaquetas encontramos a quantidade dessas células dentro das referências relativa a espécie, porem tinha presença de macroplaquetas.
Ao analisar o eritrogramana do animal e cruzar informações com a clínica do paciente teve-se a sugestividade que a causa da anemia tenha sido por uma acentuada destruição das hemácias e uma perca de sangue crônica, o que ocasionara uma diminuição acentuada das reservas de ferro e consequentemente acarretaria uma diminuição na produção das células vermelhas do sangue.
Já ao agregar as informações do leucograma com a clínica do paciente é bastante sugestivo de que o animal em questão está sendo acometido por uma infecção bacteriana, dos indicativos que o animal está passando por um processo inflamatório agudo, e está sendo acometido por uma infecção parasitaria e/ou um processo alérgico. Tais características se devem ao aumento da quantidade de neutrófilos, a presença de um desvio nuclear neutrofilico para a esquerda regenerativo, aumento da quantidade de eosinófilos e aumento da quantidade de monócitos.
Após 3 dias de internamento e intenso tratamento feito à base de antibióticos, anti-inflamatórios, fluido e complexos vitamínicos o animal apresentou uma significativa melhora no seu quadro geral incluindo a movimentação dos membros torácicos. Dessa forma foi dado alta ao paciente sendo recomendado pelo médico a continuidade do tratamento em casa com uso de drogas orais. Assim feito, o Hovet P.A. não teve mais notícias do paciente em questão.



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